terça-feira, 3 de outubro de 2017

Tudo que deixamos para trás e não voltamos para buscar.

O carinho descuidado, posto em segundo plano.

É como deixar uma flor cair no chão e não fazer esforço para levantá-la de lá.
E achar que está tudo bem e muito bom,

beijar com raiva não pode, mas transar sem fazer amor, sim.

Embora as escolhas lexicais aqui colocadas não acusem nenhum sujeito, elas apontam para tudo que nós deixamos em nós e nada adianta encontrar o responsável, uma vez que o intervalo entre o crime  e o culpado está a dor de sentir.

E sente mesmo.

Sente com força. Sente dislasceradamente, nos prazeres e nos agoures.
E sente-se negligente no mundo. Um reles transeunte frente a esses fatos. É enxergar nosso amor pegando um trem bem rápido e sumir numa linha perpendicular até desaparecer de vez.

E não voltamos para buscar o eu te amo,

Resolvemos de toda singeleza de “- Covarde, moleque! e – Vai tomar no seu cú!” substituir uma sequência repetida e bonita de “Boa noite, amor. Durma bem.”, seguido de um “beijinho de E.T.”, cujo ritual criamos quando sabíamos sentar na calçada e brincar de viver, de contar estrelas e trocar poesias.

Ainda há tempo e espaço para o novo? Há tempo de parar de escrever errado por linhas tortas e buscar a flor que caiu na calçada?


É possível sorrir de dentro de novo?

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Essa carta tem endereço, mas não tem nome.

"Penso em você todos os dias. Mesmo quando não estamos perto, penso em como você está.
choro pela ausência de tempo e pela distância, mas nada me faz chorar mais do que você querer fugir de mim.
Sou uma má pessoa? Sou uma má amiga? Me perdoe.
Acontece que tenho sonhado com você todas as noites de um tempo para cá. Sonhos agitados e intensos. O gesto do nosso abraço apertado fica riscando a memória quando eu acordo. É tão sinestésico.
A ruptura machuca porque não foi uma escolha conjunta. Foi uma escolha unicamente sua. 
Uma pena.
Uma lástima.
Eu nem consigo dizer mais nada e queria dizer tantas coisas.
um ponto final forçado, igual esse desabafo torto."

Vou sentir sua falta todos os dias, mas agora é que abro mão pelo meu bem.

 
 
 

domingo, 14 de maio de 2017

Bruta é a flor do querer. Dura como pedra, bela por si só.
- O amor consome, meu bem.
Mesmo que os discursos sejam diretos, os pés suspensos ao relento machuca e a mente acompanha o vai e vem dos carros buscando por respostas nos ínfimos cantos. 
(toda fragmentação e confusão característico de um peito cheio e uma mente verborrágica. eu não sei se digo a você ou mim mesmo)
É belo o que sinto por ser real, mas dói na pele, rói e fere como uma batida intensa.
Eu só tenho cantado amor, mesmo com dor.
Tem doído.
Tem roído.
Futuro das coisas do presente e tudo o que o coração pede é por um pedaço de felicidade para gozar em paz.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Vamos falar de sensibilidade então.

(A você que pensa que não escrevo notas sobre o fato de você existir)

"Cansei de traçar paradoxos. Hoje deixo as linhas livres para que interprete da maneira que achar conveniente. 
Quando olho para o horizonte dos meus dias, recordo o peso das palavras que remoem, como num movimento de roupas contorcidas ao serem lavadas, a diferença é que a clareza das ideias não chegam, como a limpeza chega para o que é sujo.
O que vejo são meus pés suspensos no nada, balançando com o movimento das palavras, num jogo que não chega a nada, numa guerra que já perdemos.
Estaticamente, não chegamos a nada. Os dias continuarão a passar como passam agora?
Voltas e voltas para simplesmente continuar nesse silêncio, enquanto os dias mornos dormem e despertam como se nada nunca tivesse acontecido.
Por quantas horas terei que esperar? O que devo esperar? Devemos esperar ser questão de vida ou morte? (tipos de fragmentos que remoem sempre que me pego a pensar em sua figura adquirindo forma e cor novamente, surgindo nesse horizonte feito de nada que projetei)

Até quando se pode aguentar ficar na zona de conforto sem gritar?"

(é tão pessoal que ninguém mais entenderá, só você. Assim está bom?)

O que há de ser mais belo do que a dor?

 a dor de ser, de ter, de ver.

a dor é bela, afirmo, mesmo que seja loucura pensar nisso.

admiro o que é intenso, tal como o peso e simbologia da dor. A intensidade traz em seu bojo os lapsos de realidade e se, realidade for intensa, admito que sofro.

Sofro como todos que não rotulam realidade, contudo, apreciam a intensidade!


 

SUBMERSO É O SER NO UNIVERSO!

SUBMERSO É O SER NO UNIVERSO.
 
(rascunhos)

Eu digo "durma bem"
(mesmo que não seja comigo)

Digo "Seja feliz"
(mesmo que não seja comigo!)

Completo em tom de brincadeira "Viveria contigo"
(Como bons entendedores, sabemos que toda brincadeira possui um fundo de verossimilhança)

                                     (e não contente, conversamos entre parênteses)

Um dia as entrelinhas falarão mais alto.