segunda-feira, 27 de julho de 2015

Nudez

Queria dizer sobre a nudez em que me encontro e não se trata apenas da roupa despida do corpo. Certa vez li que o "corpo vem antes da roupa" no sentido de que antes de qualquer adorno social, assim como a roupa é, entre outros, o corpo é uma existência. A nudez não é censura, pelo menos não deveria ser.
Trata-se de um corpo como todos, que lateja por existir e que ousa ser entre as passadas das horas. Por alguns segundos tomei consciência do corpo que tenho e o que ele significa nesse curto espaço o qual denominados de tempo, de horas dentro de dias. 
A censura é social, cobrir a pele é social, sentir os cheiros e os odores é um fator social, mas vamos além disso, existir é infinitamente mais complexo e indescritível do que ser "social" ou pelo menos parecer ser.
Encontro-me com o sorriso tão nu, com uma paz tão nua que não há nada nesse instante que coagirá minha nudez, mesmo que ela seja metafísica ou análoga, estou nu e assim quero permanecer.

terça-feira, 14 de julho de 2015

É estranho a fugacidade com que o meu corpo procura o chão quando não tenho segurança de onde piso. Sinto um amargo soturno em cada canto de meus lábios secos.
Fragilidade absurda! Meu corpo em delírio deita-se e torna-se ignóbil, torpe e inerente ao que me cerca. É como se as palavras fossem armas que atravessaram a minha garganta e pararam em uma posição completamente estagnada, impulsionando uma fraqueza paradoxal, no entanto, permaneço quieta.