terça-feira, 1 de outubro de 2013

Do meu próprio retrato

O reflexo sem nexo
do corpo nu e febril.
Das mãos rústicas e dos olhos fundos
demarcados de cansaço,
Esse é meu reflexo.

Que ao invés de sentir e apreciar ao espelho,
lamento em meu próprio retrato.
Do resto de homem que me tornei
Da rotina maquinal - matinal
a qual me condicionei
Do riso que não dei a criança em que me vi
Do gosto amargo de todos os dias.

Olho essa expressão triste,
que finjo não ser minha.
Discuto comigo e logo concordo,
Sentado sobre as mãos, choro.
Do meu próprio retrato.

Nenhum comentário:

Postar um comentário