terça-feira, 10 de agosto de 2021

A quem possa interessar

Serei objetiva.

Esse espaço funcionou por muito tempo como um lugar de desabafos e vômitos emocionais. Acontece que quero ressignificar minha relação com a escrita, já que ela é meu recurso expressivo mais importante desde que me conheço por gente. Reli textos que me fizeram chorar. Mas, agora é hora de deixar isso onde isso deve permanecer: no passado.  Eu me despeço desse espaço sem pretensão nenhuma de voltar. 
Compreendo que minhas cicatrizes fazem parte de minha história. Só que agora compreendo também que já não sou mais a mesma de antes, de ontem e a do passado. Sou cíclica e por isso encerro esse ciclo.

Para quem quiser continuar acompanhando minha escrita maluca: https://medium.com/@adriellecamargo15 fica aí o convite (:


ps. queria poder arquivar os traumas da mente como eu arquivei alguns textos daqui, como não posso... kkkk sofro. mas também gozo. 


E tô aprendendo a ser mais eu. De tão eu que sou hoje, já não me encaixo no ontem mais.

Tomem água, moçada. 

Abraços virtuais. 

ps 2. eu sempre gostei de falar sozinha. O surto, meu pai kkkk 

Endereçada

Meus mais sinceros "foda-se" para você!
Você não entendeu nada sobre o real sentido do afeto. Amizade é tudo, menos toxicidade, falsidade, traição e roubada de brisa. Vá pra casa do caralho!

(para poder caminhar em paz. olhar pra frente e não cultivar nada além de indiferença por um ser tão baixo como você.)






Beijinhos :*

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

(re)encontrar. deixar ir. ser quem sou. a mulher que se orgulha de si.

 Estou em busca de mim.

Sinto muitas necessidades, umas mais evidentes que outras. Estava sentindo a necessidade de alguma coisa que “não sei o que” e acho que depois de desaguar na cama eu compreendi: estou com vontade de mim. Daquela Dri sensível que nunca deixou de existir. Daquela Dri resistente, que vê beleza até quando a tristeza se faz presente. A mulher que sente. Dona da própria vontade. Bicho solto.  

(Eu preciso ir, deixe-me ir eu preciso me encontrar).

Preciso me curar dos sentimentos do passado. Hoje desnudei esses sentimentos e chorei. Não sou de guardar as minhas emoções. Quando faço isso, meu corpo sente. Minha carne enfraquece. Eu não posso ir contra mim mesma. Não posso caminhar na contramão de meus próprios passos.

O que me causa muita ansiedade é pensar demais. Pensar demais em você, corrigindo.

Embora eu ainda acredite minimamente na possibilidade de ainda compartilharmos de momentos bonitos, me questiono se realmente é possível. Talvez não seja esse.

 Sinto medo do que você ainda é capaz de fazer. Eu não sei mais o que sua insegurança é capaz de fazer.

Quando penso em romper nosso vínculo abruptamente, é justamente pelo medo de você me machucar de novo e de novo. E eu só sinto esse medo ainda porque me sinto fragilizada quando vejo seu sorriso, seus trejeitos, seu olhar se encontrando com o meu. Quando vejo a sua culpa.  Quando penso nas coisas belas em que já vivemos, eu também lembro da tristeza que se escondia por trás do amor. E me perco no abismo que é sentir que nada do que vivemos foi real. Me pergunto se foi real. Na verdade eu me pergunto se para você foi real como foi para mim.

Eu já nem sinto mais vontade de pensar no que já aconteceu. Esses pensamentos só existem quando eu sou "convidada" a lembrar. Existem tantos gatilhos que me fazem lembrar da forma que você me tratava. E agora, depois que eu criei coragem de ir embora da sua vida, da sua casa, da nossa antiga relação, você vem dizer que me enxerga? Que sou bela, cativante, sensível, amável, que sente saudade do calor do meu abraço, do meu corpo deitado com o seu? Que se inspira em mim? Que aprende comigo? Que admira minha força? Acha justo mesmo ressaltar esses sentimentos de apego? Não é justo com o meu processo! Até porque eu não sinto vontade alguma de ser tudo isso, de ser tanto, de ser eu para você. 

Eu não preciso que você me veja para ser, eu simplesmente sou e vou continuar sendo eu. Não é justo demonstrar que sente falta da minha presença depois de tantas vezes que você me colocou para fora de seu coração. De sua humanidade. Mesmo na tentativa de me fazer ficar mais um pouco na sua vida, você conseguia me convencer de que ainda existia amor. Que ia mudar seu jeito. Que ia parar de competir e se comparar. Que ia dialogar mais. Eu vi o oposto da teoria. Por isso estou onde estou agora: em paz na minha casa, na minha pele, no meu espaço e dou valor a cada detalhe de meu presente, pois sei que não ter colocado limites me custou caro demais.

Eu tinha dezesseis anos, uma depressão, e a resistência de querer criar força e novas referências de ver o mundo. Eu caí na armadilha da co-dependencia. Caímos. Ambos não tínhamos capacidade de estar em relacionamento sem antes se descobrir. Embora eu saiba que nunca é tarde para despertar, eu me culpo demais por ter ficado tanto tempo numa relação que já não me fazia bem desde o início. Eu tento ser gentil comigo mesma, mas por não ter aprendido a dizer “NÃO” é que eu fui parar em um relacionamento que não precisava existir. Não daquele jeito. Romântico. Você me tratava como uma princesa. Me mimava, dava flores, chocolates, bilhetes, visitas surpresas, me dava atenção, vivia dizendo que me amava. Eu me apaixonei por esse cara. Aos dezesseis. Acontece que não dá para ter dezesseis anos para sempre.

Eu, na condição de ser um processo contínuo de mim mesma, não me permiti parar. Estava claro que eu ia crescer, Douglas. Você me conheceu independente. 

Eu enfrentei tantas coisas por te amar demais. Enfrentei até mesmo a mim. Meu eu se fundiu com o seu por muito tempo e isso é tão errado! Porque não existe amor nessa verdade. Não existe vida por trás da verdade de saber que eu me sacrifiquei tanto por causa de uma pessoa! Esse jeito de se relacionar só reforça os discursos que luto para não serem mais reproduzidos. Nos apaixonamos dentro de estruturas que moldam relacionamentos nocivos, porque nos ferem, nos limitam, nos privam da nossa subjetividade. Principalmente no que diz respeito a ser mulher e ocupar esse espaço dentro da relação. Casamento é um erro apenas para a mulher. Releia.

Basta olhar minhas antigas escritas e será possível perceber uma vida dupla. Um Dri que chora, e a que sonha. A Dri que chorava se lamentava demais. São infinitas páginas de lamentação, de choro, de trauma e mágoa. Eu já queria ter voado há muito tempo. Só não tive a coragem que tenho agora. E é disso que preciso me perdoar.

Sonhei tantas vezes com a liberdade... é natural que agora que eu a possua eu ainda não saiba muito bem o que fazer com ela. Eu vou aprender a usá-la. Firmo comigo esse compromisso de modo que o passado se finde de meu presente. Eu moro no agora. Eu habito minha pele. Eu pertenço a mim. Apenas a mim. Sou tão mais eu quanto antes. Antes mesmo de você.

  

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

(talvez eu esteja pensando demais em você.)

Quero por um ponto final dessa narrativa para poder voar em paz. Seguir com meu ritmo. Com a minha vida. Construir minha subjetividade e exercer a singularidade de minha poesia. Gosto de poesia porque sei que ela faz parte do caminho. Para mim ela é como uma borboleta bem bela que pousa em cantinhos enquanto se está caminhando no centro agitado da cidade. E você para pra ver e não importa quem está atrás ou na frente. Simplesmente importa parar tudo que está fazendo por uns instantes e contemplar. Sorrir bobamente. 

Poesia é o salto. É quase um verbo ao invés de substantivo. É abstrato. Uma ação abstrata que nos convida ao íntimo. Que nos surpreende quando estamos conectados com os nossos sentimentos. Acredito que sempre há poesia no caminho. Ainda que o mundo seja um lugar tão doido e contraditório para se habitar. É difícil separar a beleza do descaso. As mágoas dos afetos. 

Eu não ignoro (e nem tento) o mundo que hábito. O enxergo e ter consciência dele é o que me fere. Por isso quando sou surpreendida por um beija-flor curiando um arbusto bem em minha frente eu sorrio que nem boba. Que é porque a poesia nos faz lembrar que mesmo habitando na coexistência de múltiplas narrativas, ainda há vida. Ainda há amor. Ainda há porque estar a caminhar. Desejo de voar nesse sentimento.

Sabe, tem acontecido esses devaneios constantemente. É porque estou no exercício de me reencontrar depois de ter me perdido em anos que dediquei minha poesia a uma única pessoa. Parecia que você queria meu canto de pássaro livre eternamente em sua gaiola. Você não soube lidar com a liberdade desse pássaro. Já te disse muitas vezes que sou bicho solto, não disse? 

A poesia me salva. Me torna coerente. Me faz parar de pensar apenas nos traumas. A poesia me convida a resistir. Que a poesia me cure desses pensamentos. Dos antigos sentimentos e que abra caminhos. Dentro de mim.

Eu já me sinto pronta.


sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

A revolução começará pela mulher!

 Estou vivendo processos de rupturas e ligações. E é preciso encontrar o relativo equilíbrio entre o que deve morrer e o que deve viver. Dentro de mim.

 Muito do que tenho aprendido vem das lições e convivência com mulheres fortes. Com mulheres que admiro muito. E se toda mulher soubesse da força que alcançamos quando nos unimos, nunca mais se submeteria a pessoas e situações nocivas, já que vivemos dentro de um sistema que se organiza em prol de nos objetificar e nos destituir de nossa humanidade, pois eles sabem da força de nossa união.  É disso que eles sentem medo.

Nossa força e união é resistência, portanto, obrigada, Alicinha, Giu e Sarah.

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Escrevi o texto abaixo em uma noite que senti a tristeza de minha amiga Alice. E quis transmitir força e coragem para ela continuar com a sua caminhada, pois os movimentos dessa mulher são a coisa mais bela que já vi. Ela convida tudo a sua volta a se movimentar com ela. Admiração ainda é pouco para expressar meu sentimento por você, mulher.

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Oração para dias de tempestade

"Mulher,

Recorda-te que és forte.

Que és resistência,

que és liberdade,

Que és arte e que as águas fazem parte.

Que tua solidão se transforme em solitude.

Que se encontre em si sempre que se sentir perdida.

Confia em ti e em teu processo.

Se fortaleça de modo que não se esqueça que estás viva.

E estar viva é o que te dá possibilidade de entender o seu ser. De ouvir a sua própria voz

soprando ventos em forma de força e coragem para olhar para si,

E olhar ao redor, 

e olhar para trás para ver o tanto que já andou e contemplar o quanto ainda está disposta a caminhar.

Eu sei, têm dias que as águas de dentro nos atravessam e parece que vão encharcar.

Mas calma. Mais calma. Respira. 

E recorda-te que também és feita de água, de afetos e saberes. 

De brisas e cores.

Então abrace as suas lágrimas, pois elas fazem parte do processo de germinar.

O seu sorrir é tão valioso, mulher!

E é por momentos de lágrimas que os sorrisos são valiosos. 

Quem contigo chora, contigo merece estar e sorrir. Que você tenha sabedoria para discernir. 

Que ventos de paz assolem nossos corações todas as vezes que a dor cogitar falar mais alto. É sobre se acolher, é sobre se escolher ser ato de resistência dentro de um sistema que espera todas as formas de sacrifício de uma mulher. 

E resistimos às águas. Resistimos à dor. Simplesmente resistimos porque existimos e nos queremos VIVAS!"


quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

 "Caminhar até os pés doer e o coração ficar curado..."

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Em busca da cura.

Da paz.

Da melhor forma de habitar a minha pele.

Que o tempo ensine. Que o tempo nos leve.

Que eu aprenda a caminhar com calma e humildade.

Eu quero me olhar no espelho de dentro e gostar do que sinto.

Em busca do acreditar que essa tempestade vai passar.

De que vou crescer. 

Que a liberdade seja o norte da caminhada.

Eu quero me curar de mim.

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

necessidade de cura

Vim pela necessidade de vomitar esse sentimento amargo que sobe à boca quando penso no tempo que perdi, na vida que depositei nos lugares e pessoas erradas.
Vim pela necessidade de cura. De autocurar. De me constituir de novo diante dessa dor. 
Abro em mim o processo de cura, pois não quero guardar essa dor dentro de mim. Quero escancará-la. Quero estancar a ferida. E quero poder viver em paz. 
Pelo direito de viver em paz, uso as palavras para curar.